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Fechado para visitantes de outros países desde abril de 2020, o medo das novas variantes parece deixar lenta qualquer perspectiva de reabertura de fronteiras
Os números levantados pela Organização Nacional do Turismo do Japão comprovam o impacto da pandemia de covid-19 para o turismo.
Em 2019, ano anterior à pandemia, nos dez primeiros meses do ano o arquipélago recebeu mais de 25 milhões de visitantes. O mesmo período do ano passado registrou a entrada de menos de cinco milhões e esse número não chega nem na casa do milhão no ano de 2021 devido às mais rigorosas regras de quarentena pelas quais o país passou ao longo do ano para conter a pandemia.
Esse cenário calamitoso parece dar sinais de retomada com o incentivo ao turismo doméstico, principalmente através de apostas do governo em descontos e atrativos gastronômicos, de passeio e até estadia. A retomada, ainda que lenta, começou com o final do estado de emergência, em outubro. Foram mais de 30 milhões de registros de entrada em hotéis e pousadas em todo país, que fez com que o primeiro ministro cogitasse considerar um novo orçamento para o setor.
Para o início de 2022, os planos do governo apontam para a retomada do programa “Go to travel”, traduzido como “vá viajar”, e que tinha passado por um período de suspensão no final do ano passado. A revisão da campanha governamental considera um subsídio de 30% dos custos na diária, se limitando a 10 mil ienes (mais ou menos 500 reais). O turista que for viajar receberá também cupons que podem atingir 3 mil ienes e poderá se locomover por entre as províncias. No período em que esse programa esteve em vigor no ano de 2020, o consumo aumentou em mais de um trilhão, considerando a moeda local. Agora, o governo pretende exigir comprovante de vacinação para usar do programa como forma de diminuir as resistências e garantir o sucesso da campanha.
Com todo o esforço, no período entre o final do último estado de emergência, instituído em razão das Olímpiadas e suspenso no final de setembro, e o momento em que o país atingiu mais de 70% da população vacinada,o que o governo notou foi uma queda brusca e contínua das contaminações e também dos óbitos decorrentes da Covid-19. A capital, Tóquio, uma das cidades mais populosas do planeta, registrava menos de cinquenta casos diários e algumas províncias sequer tinham registros de novos contaminados.
Quando, finalmente, o Japão parecia respirar mais aliviado, porém, surge a nova variante, Ômicron, identificada na África do Sul, e o governo recua sobre a liberação de entrada. Além disso, japoneses ou moradores do Japão com outras nacionalidades precisam passar agora por quarentena de no mínimo três dias para entrarem no país.
Até o primeiro dia desse mês o pais já havia confirmado dois casos da nova variante, sendo eles um passageiro vindo do Peru e outro da Namíbia, esse último trataria de assuntos diplomáticos.