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Seja na capital ou distante de Tóquio, a bebida faz parte da agenda cultural e imaterial desse país.
O saquê possui geralmente uma porcentagem de teor alcoólico na casa dos 20. Seu sabor, além de arrebatador, é sutil e aprimorado e ocupa um lugar central na cultura do Japão.
Mas como é feito o saquê? O saquê é um vinho de arroz produzido com grãos que já foram polidos e que então passam pelo processo de fermentação.
Apesar de pouco conhecida, o que se evidencia nos conceitos equivocados que muitas pessoas de outros países têm, a história do saquê permeia a história do Japão e seu nome significa “bebida do Japão”, ‘nihonshu’, para dizer o nome correto.
Após 1945, ou seja, período pós Segunda Guerra Mundial, logo o vinho e a cerveja dominaram o mercado e o saquê foi perdendo espaço, diminuindo em 30 anos pela metade o número de indústrias de saquê. Recentemente, assim como aconteceu com as cervejas artesanais, o saquê voltou a aparecer mesmo com a produção sendo muito menor.
Recentemente tem aumentado a oferta e a procura por produtores artesanais que trazem novidade e diferença dos rótulos às infusões, com sabores de umami e até frutados, menos elaborados e também para degustadores.
Assim, o saquê pode agradar pela variedade de sensações que ele gera, inclusive ambivalentes (como quentes e frias; salgadas e doces) e que se traduzem num ardor caloroso sentido internamente.
Segundo matéria publicada na seção cultura da National Geographic Brasil, atualmente existe, inclusive, turismo em decorrência do saquê, a Sake Tours leva turistas de todo país e outros locais do mundo que visitam o norte ou o sul do Japão para roteiros noturnos e opções de pouso e passeios nas fábricas da bebida e montanhas.
No norte do Japão, bem longe da capital Tóquio, o cenário montanhoso aparece conforme subimos, evidenciando duas realidades da zona rural japonesa: embaixo, nos vales, a tecnologia do trem bala e em cima um mundo que ainda não está no século XXI, com templos e bosques. O saquê é justamente o resultado desse encontro: arroz dos campos e água das montanhas
A época de colheita é outono e de fermentação, o auge do inverno. O arroz primeiro passa pelo processo de ser cozido à vapor em tanques cheios de água, levedura e uma cultura de fungos do tipo koji, que antes haviam sido fermentados e armazenados em descanso.
O saquê tem também uma ligação muito forte com santuários da fé xintoísta, comum no Japão. Isso porque ao longo da história esses lugares foram usados para produzir a bebida que, segundo essa religião, provoca um estado que permite ter contato com o mundo mortal e falar com deuses, sendo comum que religiosos se purifiquem com a bebida, considerada sagrada, antes de entrar em tempos ou visitar montanhas santificadas.