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Japão analisa objetos voadores de outros anos e sugere origem chinesa e intenção de espionagem
Análise de balões não tripulados que sobrevoaram o Japão em 2019, 2020 e 2021 indica que foram enviados pela China em missões de espionagem
O assunto voltou à tona porque no final do mês passado um objeto voador foi avistado sobrevoando Canada e também o espaço aéreo estadunidense.
As autoridades dos Estados Unidos afirmaram o reconhecimento do objeto no começo do mês de fevereiro e, dois dias após o reconhecimento, disparou um míssil contra o artefato, derrubando-o na região costeira da Carolina do Sul, estado norte americano.
Segundo o governo de Joe Biden, tratava-se de um objeto lançado pela China com intenção de espionar e era parte do Exército Popular de Libertação, um programa chines de vigilância que faz uso desse tipo de balão para espiar territórios de interesse.
Ainda de acordo com as Forças Armadas dos Estados Unidos, o balão buscava informações de onde estavam localizados os alojamentos militares dos EUA. Em resposta, a China contra argumenta de que as pesquisas realizadas por esses balões eram para assuntos meteorológicos.
Depois do acontecido, a força militar dos EUA realizou alguns acertos em seus radares para que eles possam perceber a presença de objetos menores.
O reajuste dos radares deu resultado, outros três objetos foram avistados, embora não tenham sido identificados, e também foram abatidos.
A partir do abatimento do balão que sobrevoava o território dos EUA, o Japão divulgou que faria um reexame em alguns acontecimentos dessa mesma natureza em seu território.
O Ministério de Defesa do Japão realizou, então, algumas análises de objetos que sobrevoaram seu território em outros anos e a análise sugere procedência chinesa dos objetos e finalidade espiã.
De acordo com o órgão do governo japonês, a análise minuciosa dos eventos de novembro de 2019, junho de 2020 e setembro de 2021, em que objetos voadores foram avistados sobrevoando o território japonês, conclui que há fortes indicativos de que sejam balões não tripulados voados a partir da China para espionarem a região.
Além disso, o Ministério de Defesa fez uma exigência impetuosa de que o governo chines responda a essa conclusão, confirme a análise e, principalmente, não volte a criar essa situação futuramente.
O texto emitido pelo órgão de defesa japonês classifica como “inaceitável” violar o espaço aéreo de outro país utilizando de balões não tripulados.
Inflados com gás hélio ou hidrogênio, ou seja, sendo menos densos que o ar, esse tipo de artefato pode conter em si tecnologias e instrumentos de comunicação além de câmeras e radares, por exemplo.
A energia que mantém esses balões se dá através de painéis solares acoplados nos balões, que possuem o tamanho de três ônibus escolares.
Estima-se que o balão avistado pelos EUA voava a uma altitude de 18km, ou seja, pouco acima de aviões comerciais, que voam entre dez e doze quilômetros de distância da superfície.
Balões de vigilância geralmente voam a uma distância de 24 e 36 quilômetros de altitude, mas ainda assim os EUA suspeitam que o balão tenha partido da China e seguido para leste, sobrevoando o Canadá e posteriormente o seu território para espionar a região.