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Dia onze de março completou doze anos do episódio desastroso envolvendo vazamento radioativo em Fukushima, no Japão.
O dia do desastre marcou a data de um dos terremotos que já atingiu a terra com mais violência, provocando um tsunami que deu origem ao desastre nuclear.
Desde então, quando o relógio marca 14h46 no Japão, duas e quarenta e seis da madrugada no Brasil, os japoneses respeitam um minuto de silêncio por cada uma das 18 mil vítimas do terremoto de 9 graus de magnitude que atingiu o país e pode ser sentido até em países vizinhos, como a China.
Esse tremor abolou também o Oceano Pacífico, provocando um tsunami na costa noroeste do arquipélago.
A onda gigante que se formou na região é a principal responsável pelas mortes e pessoas desaparecidas do total de dezoito mil e quinhentas vítimas da catástrofe.
A mídia local relembrou o episódio e diversos canais exibiram em sua transmissão televisava imagens de pessoas que perderam familiares e amigos depositando flores, orando e refletindo em frente aos túmulos.
A NHK ouviu o depoimento de Fumiki Sugawara, que teve algumas pessoas de sua família vitimadas pelo fenômeno, inclusive seu marido. Em depoimento, a senhora de 73 anos confessou que pediu para que aqueles que já se foram cuidassem daqueles que ainda sobreviviam a tudo isso.
Em decorrência do tsunami, a usina nuclear de Fukushima Dajichi ficou inundada.
A água, em contato com os núcleos de seus reatores, fez com que metade dos equipamentos sofresse fusão parcial em seus reatores.
Mais de cento e sessenta mil pessoas precisaram deixar a região, que ainda hoje possui territórios que não podem ser habitados por nós humanos por ainda muitos anos.
O acidente gerou um vazamento de material radioativo, altamente tóxico, e como medida de descontaminação uma área de mais de mil e quinhentos quilômetros quadrados foram isolados e tiveram seus acessos bloqueados nos meses seguintes ao desastre. Essa área corresponde a 12% da área total.
Todo o trabalho que foi realizado para tornar a região habitável novamente teve um sucesso considerável, reduzindo essa área a apenas 2,4% do território, o equivalente a aproximadamente 340 quilômetros quadrados.
No entanto, todo esse movimento de descontaminação anda deve continuar por alguns anos.
Em 2019, foi realizado um estudo que constatou que em uma das zonas que seguem isoladas, os níveis de radiação são tão elevados que se uma pessoa trabalhasse ali durante oito horas, todos os dias, ao longo de um ano, seria o mesmo que se ela recebesse 100 radiografias na região do tórax.
Dois meses antes da tragédia completar mais um ano, a justiça do Japão afirmou que três autoridades da Tepco, marca responsável pelas operações na central nuclear de Fukushima, foram absolvidos do crime de negligencia para o qual foram acusados em 2011, ano do acidente.