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Nos esforços para segurar as grandes quedas do iene, autoridades japonesas supostamente tentaram, inclusive, intervenção cambial por duas sessões.
As tentativas das autoridades japonesas, no entanto, não foram suficientes para conter as baixas diante da força do dólar, que persistiu.
O Japão é a terceira maior potência mundial, mas assiste a um recente prejuízo em sua economia em decorrência da “liquidação” pela qual vem passando o iene.
A situação alavanca ainda mais as contas de importações, que já estão em alta, e assim se torna um desafio ao Banco do Japão, que havia se comprometida a manter juros muito baixos frente ao arroxo mundial para segurar o descontrole da inflação.
A moeda do Japão deu um saldo de 4 ienes para 145, 28 por dólar no começo das negociações, o que demonstra que, pelo segundo dia seguido, as autoridades tentaram uma intervenção. Algo semelhante havia acontecido no dia útil anterior pela capital japonesa.
A certeza sobre a intervenção cambial ter mesmo acontecido, no entanto, não foi confirmada para a imprensa. Masato Kanda, vice-ministro do Ministérios das Finanças, e que cuida de assuntos internacionais, não quis comentar o assunto.
A única coisa que Kanda afirmou foi que o mercado vem sendo monitorado diariamente e de forma ininterrupta, ao mesmo tempo em que algumas atitudes vão sendo tomadas.
O que se sabe é que, ainda assim, o iene não sustentou o que havia ganhado inicialmente e chegou a marcar um valor mínimo de 149,70 por dólar enquanto outros mercados se mantinham concentrados no aumento das divergências entre a política monetária frouxa do Banco do Japão e as promessas constantes de aumento de juros pelo Federal Reserve
A estimativa é de que o Japão tenha investido mais de 5,4 trilhões na primeira intervenção, um recorde. Como efeito, o dólar crescia 0,90%.
Esse valor é muito maior do que a última investida mais forte nesse sentido, que havia acontecido no final de setembro, que marcou a primeira intervenção de compra de moeda desde 1998.
Nesse cenário que se formou, de inflação modesta e economia impossibilitada de acelerar, todas as atenções estão voltadas ao Banco Central Japonês, que teme aumentar os juros e provocar uma grande recessão.
Para as autoridades, não há contradição
Shunichi Suzuki, ministro das Finanças, não vê contradição na compra de ienes, feita pelo seu ministério, e a impressão de moeda para manter a política monetária enfraquecida, orquestrada pelo BC.
De acordo com ele, essa contradição não existe porque cada movimento possui um objetivo diferente. Sua análise aponta que o afrouxamento monetário busca um aumento de preços para um valor sustentável e estável, incluindo aumento de salário, e a intervenção cambial acontece como efeito das oscilações do mercado.
Ou seja, a política do banco central tem a intenção de manter a estabilidade de preços, sem focar nas moedas.
O grande receio das autoridades é a consequência das grandes quedas do iene no custo de vida japonês, e por isso vem tentando intervir na compra de ienes. Já devem ter sido gastos 900 bilhões de ienes somadas as duas supostas intervenções.