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País das Olimpíadas transformou a forma como as pessoas se relacionam com tecnologias de áudio e imagem nas últimas décadas
Não é só a tradição e simbolismo do Japão que chamam a atenção, o desenvolvimento tecnológico do país ganhou o mundo e transformou o país em referência.
O período de algumas décadas depois do final da Segunda Guerra Mundial sinaliza uma remontagem de todo setor industrial japonês. Nesse contexto surgiram inovações como walkman, CD e VHS ou DVD, mas ainda antes disso a relação com a criação de novas tecnologias já era forte, com informações de que as primeiras televisões já estavam sendo desenvolvidas.
Um professor da USP, Marcelo Zuffo, que coordena o Centro de Tecnologias da maior universidade da América Latina aponta que um dos pilares disso foi a criação do transitor, que controla a corrente elétrica em circuitos eletrônicos, deixando os aparelhos mais portáteis, podendo ser alimentados com pilhas e não com tomadas. Da patente dessa invenção, surge o rádio de pilha, patenteado pela Sony.
Alguns anos depois, em 1976, surge o VHS pela empresa JVC. Pouco tempo depois, 1982, esse padrão de fita deu espaço para o CD, lançado pela japonesa Sony, mais uma vez, junto com a Philips. A tecnologia desse dispositivo representou um salto enorme – um disquinho que armazenava tanta informação e, 16 anos mais tarde, o DVD, da Toshiba e Panasonic, revoluciona ainda mais essa ideia.
Um dos maiores sucessos da Sony, com nacionalidade também japonesa, é o walkman, tendo sido vendidos mais de 300 milhões de unidades de 1979 a 2010.
Quando o assunto é tecnologia de imagem, o Japão tem mais de cem anos de relação com as câmeras de fotografia. O primeiro modelo é de 1903 e se tratava de um aparelho com tecnologia europeia e estadunidense, mas com preço mais acessível, o que fez com que a máquina conquistasse espaço no mercado. Existe um aspecto cultural que coloca o Japão em ponto de destaque no universo da fotografia, uma vez que sua cultura é muito mais visual. Um exemplo disso são os ideogramas, que simbolizam mais que palavras, mas ideias. Com o passar dos anos outras empresas surgem com outros modelos de câmeras. Depois da Segunda Guerra esse setor industrial avançou ainda mais. A década de 70 marca a chegada de outras tecnologias de óptica e eletrônica, até que em 1999, a japonesa Kyocera surge com o primeiro celular com esse recurso.
Apesar da concorrência com Coreia do Sul e China, o Japão segue avançando, agora em outros setores, como as baterias, criando inovações e possibilidades de mais energia em dispositivos cada vez menores.
Jorge Tomioka, professor na UFABC reconhece nesse processo uma preocupação com a diminuição do uso de lítio, incomum e tóxico, e migrando para outros materiais como o magnésio. Essa mudança, segundo o pesquisador, pode oferecer uma duração de sete dias para baterias, além de causar menos impacto ambiental.
Assim, o Japão segue se destacando no setor de tecnologia e pode ainda se tornar mais importante no futuro.