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Fumio Kishida ocupa hoje o cargo do premiê assassinado e relata ter sentido uma “dor dilacerante” diante da imensa foto de Abe que estava pendurada no velório
O funeral de Estado, realizado na terça-feira, dia 27 de setembro, reuniu algumas autoridades estrangeiras que queriam se despedir e homenagear o ex premiê ShinzoAbe. Milhares de japoneses também compareceram à despedida e formaram filas imensas para deixarem suas flores e suas orações.
A cerimônia teve seu início com um cortejo fúnebre, que partiu da residência da esposa de Shinzo Abe, Akie, em Tóquio, e seguiu até o ginásio Budokan, localizado também na capital do país. Akie levava as cinzas de seu exesposo, que chegaram quando se ouviu 19 disparos em homenagem ao líder que morreu assassinado.
Fumio Kishida prestou homenagem ao líder destacando a coragem de Abe e lembrando o que ele conquistou politicamente, como o fortalecimento das relações de diplomacia do Japão com outros países.
Kishida ainda comentou sobre a dor que sentia ao ver a foto de Abe que compunha o cenário do funeral junto da estrutura de flores.
Shinzo Abe foi o primeiro-ministro que ocupou esse cargo por mais tempo, o que acabou o transformando em uma das pessoas mais conhecidas de todo o país. Seu trabalho como chefe de Governo ficará marcado na história japonesa por sua estratégia pensada para a economia, chamada “Abenomics”, e também por preservar e fortalecer alianças internacionais.
Abe já não ocupava o cargo de primeiro-ministro desde 2020, quando renunciou por problemas de saúde. Mesmo afastado de sua ocupação, porém, ele nunca se afastou da vida pública, e seguia em campanha por ser partido quando foi atingido e morto por um disparo de arma de fogo em oito de julho.
O acontecimento mexeu com todo o Japão, especialmente por seu caráter violento, isso porque o Japão possui índices muito baixos desse tipo de crime. Além disso, o acontecimento foi condenado pela comunidade internacional.
O funeral de Estado que aconteceu para homenagear Abe foi o segundo dedicado a um ex primeiro-ministro desde o final da Segunda Guerra. A escolha por sua realização, no entanto, não foi bem aceito por 60% dos japoneses.
Mais sobre o funeral em Budokan
Na cerimônia estavam líderes de todo mundo, como a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harri, e os líderes de mesmo cargo da Índia (Narendra Modi) e Austrália (Anthony Albanese).
Na parte externa, uma fila de milhares de japoneses foi se formando. Eles queriam deixar suas flores e preces diante da imagem de Abe.
Um japonês de 71 anos, que usava de bengala para se manter na fila e se despedir de Abe, deu uma entrevista à AFP e lamentou a tragédia que envolveu a morte do exprimeiro ministro e destacou o quanto Abe trabalhou pelo Japão.
A ideia do funeral, porém, não foi bem aceita pelos membros da Igreja da Unificação, envolvida nas motivações do assassinato, e nem por alguns membros do Parlamento, que criticaram o alto valor da cerimônia.